Muitos avaliam a preocupação das mães como exagero. Mas para a medicina, ela pode fazer a diferença. Na área de ortopedia então, essa “ajudinha” é ainda mais valiosa. Afinal, na maioria dos casos, quanto mais cedo um problema for diagnosticado, mais chances de tratamento sem intervenção cirúrgica e até mesmo de cura sem sequela.
Mas quando a dor é um sinal de alerta em que os pais devem procurar ajuda médica? Para tirar essas e outras dúvidas, o Folha da Cidade recorreu a um especialista no assunto: o ortopedista pediátrico Dr. Roger Frossard. E já começa esclarecendo que independente de sintomas, a primeira avaliação ortopédica deve ser feita quando a criança começa a andar por volta dos 12 meses.
O que antes era uma dificuldade para muitas mães de Guarapari. Isso porque diante da carência de profissionais nesta área, a alternativa era recorrer a médicos de cidades vizinhas como Vila Velha e Vitória. Porém, agora não tem mais desculpa. Se aquela famosa “dor do crescimento” ou o “pé chato” do seu filho te preocupam, pode marcar sua consulta na Clínica Endocenter.
“A dor do crescimento, como é conhecida popularmente, ocorre geralmente no final da tarde e durante a noite, acometendo principalmente os membros inferiores. O ideal é que os pais façam uma massagem local, podendo usar até gel ou compressa de água morna. Em alguns casos pode ser indicada medicação analgésica, o que vai depender de uma avaliação médica”, explica Dr. Roger.
Segundo ele, a dor é mais comum na faixa etária de 4 a 10 anos. E o acompanhamento é essencial, porque não há exame que identifique o problema, sendo o diagnóstico essencialmente clínico. “O acompanhamento é fundamental no intuito de descartar qualquer outro problema que possa estar presente”.
O pé chato é outra situação que deixa os pais bastante preocupados. Dr. Roger destaca que na maioria dos casos, a ausência do arco plantar, mais conhecido como “dobrinha do pé”, trata-se de um estágio normal do desenvolvimento da criança. No entanto, alerta que os pais precisam ficar atentos, pois normalmente o problema tende a se resolver sozinho até os 8 anos.
“Caso o pé chato não esteja associado à dor ou dificuldade para deambular em uma idade mais avançada não costuma ocorrer nenhum problema associado. No entanto, casos de deformidades grosseiras ou associados à dor podem representar algum problema mais sério. Por isso, a importância da avaliação médica”, afirma o ortopedista pediátrico.
E nada de usar botas ou sapatos corretivos. Dr. Roger ressalta que seu uso não é mais recomendado. “Até a palmilha que era muito usado antigamente para correção do pé plano, hoje tem indicação limitada. Foi observado que o seu uso não está relacionado à correção da deformidade. Hoje, é utilizada em casos particulares de dor associada”.