Dignidade no combate à dor oncológica

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Dignidade no combate à dor oncológica

A dor oncológica acomete 60 a 80% dos pacientes com câncer, sendo 25 a 30% na ocasião do diagnostico e 70 a 90% com doença avançada. De todos os sintomas que um paciente com diagnóstico de câncer apresenta, a dor é o mais temido, constituindo o fator mais determinante de sofrimento.

Em 75% dos pacientes com câncer, o tumor é por aí só a causa. A invasão tumoral óssea é a causa mais comum de dor. É habitualmente uma dor nociceptiva somática. Quando ocorre invasão de estruturas nervosas, a dor passa a ter um componente neuropático. O tumor ativa nociceptores por pressão , isquemia e secreção de substâncias como prostaglandina e fatores de ativação de osteoclasto.
A invasão tumoral visceral é a segunda maior causa de dor e ocorre por estiramento da cápsula. Também existe a dor pós operatória, que ocorre principalmente em cirurgias abdominais, torácicas, mastectomias com esvaziamento axilar. Além do próprio tratamento, que pode ser causa de dor neuropática crônica ( radioterapia, quimioterapia, cirurgias). Em qualquer caso, a dor pode ser amenizada e tratada, a fim de garantir mais qualidade de vida e conforto aos pacientes oncológicos e seus familiares.

O sofrimento de um corpo com limitações exerce grande influência no plano geral da luta contra o câncer.

Por isso, é importante acompanhar com um especialista em Dor para identificar qual o seu tipo de dor e assim direcionar para um tratamento adequado e individualizado. É importante ressaltar que nenhuma dor é normal, ou seja, quando aguda, ela nos sinaliza que existe algo de anormal no corpo, quando crônica, ela vira uma doença em si.

Cerca de 80% dos pacientes têm controle inadequado da dor, o que pode ser resolvido com avaliação e correto diagnóstico, pontos fundamentais para o sucesso terapêutico. O tratamento farmacológico é bem sucedido em até 75% dos pacientes. Para a porcentagem que não responderam ao tratamento clínico, é possível oferecer várias técnicas minimamente invasivas de medicina intervencionista da dor, como infiltrações e bloqueios.

Todas essas medidas são tomadas para garantir ao paciente a dignidade merecida. O momento do diagnóstico até o início do tratamento é muito pesado emocionalmente, o que pode servir de combustível para as dores oncológicas.

O tratamento da dor oncológica gera uma melhor qualidade de vida, permitindo que o paciente realize as atividades desejadas. Esse é um fator importante para a vitória na luta contra o câncer, já que, a maior parte das pessoas diagnosticadas desejam continuar a vida. Mesmo que isso não seja totalmente possível, o controle da dor pode proporcionar a realização de tarefas que muitos pacientes com câncer não são capazes de realizar.

Além disso, o controle da dor é também imprescindível para que o paciente consiga aderir ao tratamento. A presença constante da dor crônica é por si só uma doença que gera desequilíbrio no dia a dia ( sono não reparador, diminuição do apetite. Alteração do humor, interferência nos relacionamentos). O controle da dor oncológica visa manter a qualidade de vida desses pacientes, trazendo a dignidade dos mesmos.

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