Os pacientes com fibromialgia sofrem sintomas crônicos incluindo dor generalizada, fadiga, disfunção cognitiva e problemas de sono, que parecem estar relacionados com a alterações no sistema nervoso central, envolvendo a neurotransmissão glutaminérgica.
Nenhum tratamento sozinho oferece um extenso alívio dos sintomas, mas evidências cientificas significativas sugerem que a dieta poderia ser modulada para levar a melhorias. Realmente existem comprovações plausíveis de que componentes específicos da dieta podem levar a neurotransmissão glutaminérgica anormal perpetuando o processo de dor.
A dor crônica é mediada por um estímulo nocivo inicial que causa liberação anormal do aminoácido excitatório chamado glutamato, em conjunto com outras substâncias levando a uma excitotoxicidade. Essa condição pode acontecer também na enxaqueca, síndrome do intestino irritável e depressão.
Essas alterações aumentam a permeabilidade da barreira hematoencefálica, ou seja, substâncias que não deveriam entrar no cerébro acabam passando. Essa barreira normalmente protege o cerebro de altas concentrações plasmáticas de glutamato oriundo da alimentação. Sendo assim, o aumento da permeabilidade na barreira hematoencefalica faz com que o glutamato da dieta penetre mais rapidamente ocasionando os sintomas da fibromialgia.
O glutamato é encontrado em alguns alimentos como carnes, queijos envelhecidos, tomate, milho, cogumelos, extrato de levedura, proteinas concentradas e hidrolizadas, molho de soja e aditivos alimentares como o glutamato monossodico.
Além o glutamato, o aspartato também é um aminoácido excitatório podendo induzir às dores na fibromialgia. Fonte significativa é o adoçante aspartame, além dos alimentos lights e diets que o contêm, como refrigerantes, iogurtes, pães e alguns cereais. Leia sempre os rótulos e exclua esses alimentos.
A única maneira de testar a sensibilidade é remover esta exposição da alimentação. Isso limita a consumir alimentos naturais, sem temperos artificiais ou qualquer tipo de industrializado.
Os micronutrientes também desempenham um papel importante no apoio ao funcionamento neuronal ótimo. Alguns nutrientes em particular têm a capacidade de regular potencialmente a neurotransmissão glutamatérgica. Dois minerais na dieta desempenham esse papel, o magnésio e o zinco, que em níveis de deficiência poderiam agravar os sintomas.
Além desses minerais, a vitamina B6 também é importante, pois atua na conversão do glutamato em GABA, um aminoácido inibitório. Sendo assim, a deficiência de vitamina B6 pode levar a altos níveis de glutamato e redução de GABA.
A deficiência de ácidos graxos ômega 3 também agrava os sintomas. Esses ácidos graxos aumentam a fluidez da membrana celular, podendo modular a expressão dos transportadores de glutamato, que são responsáveis pela remoção do glutamato em excesso.
Importante consumir boas fontes de antioxidantes, pois a excitotoxicidade leva a aumento de radicais livres no sistema nervoso. Assim, a neurotransmissão glutamatérgica excessiva aumenta a necessidade de antioxidantes. Inclua boas fontes de vitamina C, vitamina E, resveratrol e polifenóis do chá verde.
Em conclusão, boa plausibilidade comprova como as excitotoxinas alimentares podem estar levando a um aumento da ocorrência de sintomas da fibromialgia. Baixa ingestão de ômega 3, vitamina B6, magnésio, zinco e antioxidantes podem contribuir na ocorrência dos sintomas.
2 Comentários
Sofro com dores terriveis, foi diagnósticado como fibromialgia .
Ainda não tenho o diagnostico da cindrome.Porem,apresento todos os sintomas e não foram encontrada outras causas para minhas dores nos exames de sangue.Como por exemplo reumatismo.Estou buscando tratamento e diagnostico preciso.Obrigada pela orientação alimentar.