Síndrome crônica, bastante comum, em que o indivíduo que sofre com o problema sente fortes dores neuromusculares em diversas partes do corpo. Essa patologia ainda tem a sua causa desconhecida pela medicina, mas sabe-se que se trata de uma doença que se caracteriza por dores difusas envolvendo músculos, tendões e ligamentos.
Pensando nisso, convidamos nosso especialista em dor crônica e fundador da Relevium Centro de Controle da Dor, André Félix, para tirar algumas dúvidas:
A fibromialgia se caracteriza apenas pelo quadro doloroso?
Não. Existe o quadro doloroso que é quando a estimulação repetida faz com que o cérebro das pessoas portadoras da síndrome se modifique devido ao aumento anormal de certas substâncias químicas que sinalizam a dor, ou os neurotransmissores. Porém, além disso, a fibromialgia também está associada a outros problemas, como distúrbios do sono, fadiga, rigidez, dor visceral, problemas gastrointestinais, entre outros.
Há uma incidência maior em determinado público?
Sim. A fibromialgia afeta cerca de 3% da população brasileira, de acordo com levantamento da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), apresentando maior incidência em mulheres, especialmente na faixa etária entre 35 e 60 anos.
É uma doença incurável?
Isso é um mito. Muitas pessoas acreditam que não, porém o tratamento existe. A melhor forma de combater esse mal é através de um trabalho interdisciplinar, que é composto por vários profissionais, que trabalham juntos em prol do tratamento de cada paciente. Recursos como fisioterapia especializada, psicoterapia e acupuntura podem trazer ganhos significativos na melhora dos sintomas desse problema de saúde.
A mudança de hábito é importante durante o tratamento?
Sim. A mudança no estilo de vida com uma boa alimentação e exercícios físicos diários é extremamente importante. A atividade física, por exemplo, incentiva à liberação de substâncias do próprio organismo que agem como analgésicos naturais, como a endorfina, que dá a sensação de relaxamento e gera bem-estar. Além disso, os exercícios também realocam as fibras nervosas que estão envolvidas na sensação da dor.
É necessária a ajuda de psicólogos?
O acompanhamento psicológico é importante porque alguns pacientes que sofreram muitos anos com esse problema acabam se acostumando com a dor. Quando tratada, a ausência dela não é identificada imediatamente pelo cérebro humano, por isso a necessidade de acompanhamento com um profissional para também ajudar a combater os sintomas.